Bebês 1-3 Anos

Inteligência emocional e apego

Desenvolvimento

 

A inteligência emocional se forma durante os dois primeiros anos de vida e isso contribuirá para que o bebê seja uma pessoa emocionalmente estável e que complemente seu quociente de inteligência.

Como toda mãe, com certeza deseja saber como fortalecer o desenvolvimento emocional de seu bebê para que ele cresça sem complicações e consiga ser feliz.

Falamos com o doutor Hugo Muñoz, neonatologista do Hospital Clínico da Universidade de Chile, quem nos falou sobre a inteligência emocional e o apego nos dois primeiros anos de vida, e como estes elementos são fundamentais no momento de formar filhos estáveis e saudáveis emocionalmente, o qual se relaciona diretamente com o quociente de inteligência.

A inteligência emocional (IE) é a capacidade e o conhecimento que as pessoas têm para enfrentar situações variadas, reconhecendo os sentimentos próprios e dos demais. O especialista assinala que o apego constitui "a base para desenvolver o sistema subcortical do cérebro de forma harmônica. E essa parte subcortical é o sistema das emoções". A mãe tem um papel muito importante nisso, já que o apego se consegue com a presença e o carinho que o bebê recebe, desenvolvendo um vínculo especial através da lactância.

Isto não quer dizer que o pai esteja excluído na formação da inteligência emocional durante a infância; aliás, quando ele embalar o bebê e fizer carinhos para ele, à medida que o pequeno sentir sua presença e seus cheiros, sua inteligência emocional será estimulada. O doutor explica que a estrutura da IE acontece durante os dois primeiros anos de vida, porque o leite materno desempenha um papel fundamental em conseguir os neurotransmissores necessários para o desenvolvimento do sistema nervoso central.

"O déficit de neurotransmissores causa indivíduos que crescem e têm a sensação de que o mundo deve alguma coisa para eles, que carecem de felicidade. Faltam os neurotransmissores que fazem com que as pessoas, às vezes, sintam felicidade. Há pessoas que carecem desses mecanismos para produzir neurotransmissores" explica o neonatologista. Por isso, é necessário salientar a importância da lactância neste período.

O bebê que tiver uma IE desenvolvida corretamente através do apego será seguro de si próprio, sem inseguranças que derivem em problemas emocionais durante sua vida (como autoconfiança baixa e problemas de ciúmes). O especialista aconselha aumentar o pós-natal, no mínimo 6 meses, para que a mãe possa entregar os neurotransmissores necessários para o desenvolvimento afetivo.

Inteligência emocional e quociente de inteligência

Por outro lado, o quociente de inteligência (QI) é medido através de pautas como o raciocínio lógico, as capacidades analíticas e o raciocínio matemático. O QI e a EI, mais que elementos diferentes, são complementares. O primeiro se desenvolve no lado esquerdo do cérebro e o segundo no direito. Se ambas as inteligências são estimuladas desde a infância, a pessoa terá a capacidade de enfrentar qualquer situação na vida.

Se uma criança tiver um QI elevado, mas não tem uma IE desenvolvida, sentirá insegurança de seus conhecimentos e duvidará ao responder provas e controles. Mas, se tiver uma IE desenvolvida desde a infância, será uma pessoa com estabilidade emocional, podendo se tornar um líder nato, compreensivo e empático com o resto das pessoas e gerando um ambiente agradável que o levará ao sucesso em sua vida afetiva.